quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Direitos do Trabalhador

Acabo de ler um texto muito interessante (original completo AQUI) na BBC. O texto trata a da insatisfação dos Britânicos com atitudes do governo no sentido de estimular quem está desempregado a exercer alguma função social. Em outras imagepalavras, colocar os desempregados para prestar serviços comunitários. Na Inglaterra, um desempregado ganha 65 libras por semana, que equivalem a cerca de 175 reais – o que seria um salário mensal de pouco mais de 700 reais. E o número de desempregados é bastante elevado atualmente, comparando com outros países da União Européia. São cerca de 5 milhões de pessoas que dependem direta ou indiretamente do seguro desemprego.

Por mais incrível que pareça, os britânicos NÃO veem com bons olhos que os beneficiados pelo seguro desemprego tenham que trabalhar. Alguns argumentos são realmente válidos (e óbvios), como cobrar ao governo a geração de mais empregos, mas outros são no mínimo esquisitos, como um religioso que diz que

Quem já está batalhando para encontrar trabalho e um futuro seguro vai ser, eu acho, empurrado ainda mais para baixo, em uma espiral de incerteza, até de desespero.

Vejam que interessante… Culturalmente, eles realmente acreditam que o estado tem que ser 100% responsável por todos os cidadãos. E que se alguém fica desempregado, culpa do estado, ele que sustente o cidadão ou arrume outro emprego para ele. Um pouco de exagero, se me permitem uma opinião. Porque alguém ficaria “desesperado” por ter que fazer algum tipo de trabalho comunitário, até mesmo para justificar o dinheiro (salário?) que o governo está pagando ?

Por outro lado, se compararmos a situação com um país como o Brasil, vira piada (de mal gosto…). Aqui o trabalhador é tratado como estatística. Perdeu o emprego ? Arrume outro. Ou vire ambulante, criminoso, sei lá…. A nova moda há alguns anos é contratar via CLT, pagando um salário baixíssimo, e pagar o resto do salário “por fora”. Resultado ? As “estatísticas” refletem que “o número de pessoas com carteira assinada aumentou”. Como dizem os (Norte) Americanos, BULLSHIT ! E olha que já temos dois mandatos (ou seja, oito anos) de um presidente “trabalhador”, “operário”, um legítimo representante do povo (faço uma pausa agora para rir… e logo depois ficar deprimido….).

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Lula nada fez pelos trabalhadores, e ainda elegeu sua sucessora. Ah, sim, o Brasil fez muito bonito pelo mundo afora. A própria Inglaterra aprovou o governo Lula. E vamos agora para o terceiro mandato do partido dos trabalhadores (o nome não poderia ser mais sarcástico….).

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Se for observar pelo meu histórico como trabalhador, já são 11 anos sem tirar férias. 11 anos trabalhando sem ter nenhum direito. Apenas o dever de trabalhar. Eu ainda sou um profissional de “sorte” podemos assim dizer, pois sou especialista em uma área onde existem pouquíssimos profissionais e por isso meu salário é valorizado. Mas salário não me traz saúde. E quem tem saúde depois de 11 anos trabalhando sem parar ? Quem me dera poder “parar” e buscar novos rumos profissionais, com o governo “bancando” essa minha nova fase. Poderia voltar a estudar, me tornar um pesquisador, colaborar muito mais com o desenvolvimento de meu país. Mas isso tudo é um sonho distante, inalcançável… Minha realidade é outra, a realidade do trabalhador brasileiro, que entra na empresa todo dia com medo de ser mandado embora, que pega empréstimo para pagar o colégio dos filhos, que luta a cada minuto para não ficar “ultrapassado” e garantir seu lugar no mercado de trabalho. Nós, Brasileiros, ficaríamos muito felizes em ganhar 700 reais por mes e fazer trabalhos comunitários….

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