Li esses dias um artigo muito interessante, o qual concordo em grau, número e gênero, sobre o nosso Presidente Lula e os rumos do Capitalismo no Brasil. O artigo, escrito pelo Sociólogo Léo Lince, é relativamente curto e aponta, de forma bastante clara e objetiva, características e fatos que estão moldando o país.
Léo cita a entrevista que Delfim Neto deu ao Globo em 20/09/09, destacando os elogios feitos ao Presidente, dentre eles o mais emblemático:
"o Lula mudou o país de forma a salvar o capitalismo"
Léo indaga que essa frase pode, de fato, carregar toda a sinceridade (???) de Delfim Neto. Diz ainda:
"a última coisa que este governo fez foi opor-se ao capitalismo. E muito menos ser marxista, ou outra coisa"
Estaria Delfim Neto sendo pragmático ? Segundo Léo, sim:
Ao criticar a "mitologia do mercado perfeito" e dizer que "não há mercado sem Estado forte, justamente para garantir o seu funcionamento", ele sugere uma roupagem nova, distinta da estreiteza do neoliberalismo puro e duro, para garantir a reprodução dos interesses dominantes.(Delfim Neto) Apóia com entusiasmo as propostas gestadas nos laboratórios do governo para o enfrentamento da crise atual, talvez por identificar nelas fortes afinidades com a restauração conservadora conduzida por ele próprio ao tempo da ditadura militar.
Então, Delfim Neto estaria apoiando o Presidente Lula porque este, de certa forma, representaria o continuismo ?! Sem dúvida é essa a opinião de Léo. Ele continua:
Fusões gigantescas, incorporações abruptas, mega-negócios, reconfigurações as mais variadas, tipo Itaú/Nacional, Perdigão/Sadia, Oi/Telemar, Frigoboi e tantos outros, são elementos de um processo violento que está em curso. O coral dos contentes insiste em apontar para a "marolinha" na superfície, mas se observa um abalo tectônico nas camadas profundas: uma mudança vertiginosa na morfologia do capitalismo brasileiro.
Sem dúvida, uma leitura interessante. Quem quiser ler outros artigos do Léo, aqui.
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